terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Se você soubesse...



... o estado que estou agora, zumbi, pegando detalhes seus por aqui, e doendo tanto que nem sei mais por onde começar. Eu não aguento mais começar. Queria tanto continuar. Não sei, não aguento, ainda não posso, mas queria continuar. Alguma coisa deu errado em mim, eu não sei te explicar e eu não sei como arrumar e nem sei se tem ajuda pra isso. Mas meu corpo inteiro se revolta quando gosto de alguém. Me armo inteira pra correr pra bem longe e pra lutar com unhas gigantes quem tentar impedir. Me mata constatar como é ridículo ficar com saudade só de você ir tomar banho. Ter que sentir ciúme ou mágoa ou solidão e sorrir para não ser louca. Eu sinto de um tamanho que eu não tenho e então começo a adoecer, como sempre. Eu não sou louca, eu só não tenho pele pra proteger e quando você toca em mim eu sinto seus dedos e olhos e salivas deslizando por todos os meus órgãos. E você não precisa entender o medo que isso dá, mas talvez um dia possa ter carinho. [...] Me perdoe pela maneira como eu grito e culpo quem tiver perto por uma angustia que sempre foi e será só minha, e que eu sempre suporto, mas quando sinto amor fico achando que posso distribuí-la um pouco, mesmo sabendo que é fatal. Me perdoe pelas vezes que de tanto querer sentir, pensei sobre como estava sentindo, e perdi o sentimento. Minha maior dor é não saber fazer a única coisa que me interessa no mundo, que é amar alguém. Me perdoa por eu querer de uma forma tão intensa tocar em você, que te maltrato. Minha mão acostumada com um mundo de chatices e coisas feias fica tão gigante quando pode tocar algo lindo e puro como você, que sufoca, esmaga e estraçalha. Me perdoe pela loucura que é algo tão pequeno precisando de amor e ao mesmo tempo algo tão grande que expulsa o amor o tempo todo. Eu sou uma sanfona de esperança. Eu tenho estria na alma. Enfim. Cansei de pedir desculpa por quem eu sou. Cansei de ouvir de todo mundo como é que se trabalha, se ama, se permanece, se constrói. Você vai embora e eu vou voltar para as minhas manhãs com o iogurte que eu odeio mas que é a única coisa que passa pela garganta quando o dia tem que começar. E ficar me perguntando de novo para quem mesmo eu tenho que ser porque só tem graça ser para alguém. E que se foda o amor próprio. Você me disse e me olhou de formas terríveis mas o que sobrou colado em cada parte do dia e de mim é a maneira como você sorri levantando que nem criança o lábio superior direito e como eu gosto de você por isso e por tudo, e mesmo quando é ruim, e sempre quando é incrível, e ainda, e muito, e por um bom tempo.

Tati Bernardi

Um comentário:

Nina disse...

Aaaaaaah! *-* Que lindo! Estranho, porque eu me vejo nesse texto inteiro! Hauhsaushausha..

Beeijo..

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